Martins incentiva prefeituras a se integrarem ao Centro de Monitoramento e instalarem câmeras nas cidades

Por desenvolvimento

A estrutura operacional de segurança impressiona e ocupa todo o 5º andar do prédio da Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp), em Curitiba. Montado para a Copa do Mundo, em 2014, o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) foi reformulado em 2015 e hoje monitora quase duas mil câmeras em Curitiba, Londrina, região da fronteira em Foz do Iguaçu, além de municípios na Região Metropolitana de Curitiba como São José dos Pinhais, Colombo e Quitandinha. Durante 24 horas, policiais militares e guardas municipais acompanham as ocorrências acionadas pelo 190, grandes eventos, presos e devedores com tornozeleira eletrônica, além da entrada e saída de veículos nos principais acessos. Um mundo de informações que, cruzadas, solucionam crimes, promovem prisões e aumentam a segurança da população.

Mas se o Centro existe, a estrutura está pronta, funcionando 24 horas, por que tão poucos municípios paranaenses utilizam este sistema? A resposta passa pelo desconhecimento de muitos prefeitos sobre a possibilidade de utilizar esta tecnologia, assim como esbarra também no custo de implantação dos equipamentos de monitoramento. Hoje, de acordo com levantamento da coordenação da CICC, para implantar o sistema que “converse” com a tecnologia instalada na Central com, no mínimo, três câmeras, é necessário um investimento de R$ 297 mil. Por isso, a Sesp está estimulando a criação de parcerias público-privadas (PPPs) para a compra dos equipamentos.

Vários prefeitos estão visitando a Central e buscando informações sobre como aumentar a segurança da população utilizando o que já existe e está disponível. Para o secretário de segurança pública do Paraná, Wagner Mesquita, a parceria com prefeituras e também com a iniciativa privada é fundamental para ampliar a abrangência do Centro. “Temos aqui câmeras de municípios da Região Metropolitana de Curitiba com câmeras desviadas para o Centro e com acesso direto a um banco de dados imenso com antecedentes criminais, ocorrências online, monitorados com tornozeleira. Muitas vezes, uma ocorrência começa em um município e termina em outro e, rapidamente, podemos montar um cerco policial. Isso deve ser multiplicado nos municípios para que a segurança estenda os braços para toda a população”, diz o secretário.

Carros em Quitandinha

Um exemplo da eficácia do sistema vem de Quitandinha, na RMC. Lá estão instaladas duas câmeras na entrada e na saída da cidade, no principal acesso. Em tempo real, no Centro, é possível ver de forma clara cada placa de veículo que passa pela via. “Temos o monitoramento em tempo real de cada veículo. Se há um alerta de roubo, por exemplo, pisca um alerta vermelho na tela e acionamos o policiamento da área imediatamente. Essa é uma grande ferramenta de segurança”, explica o coordenador do CICC, Major Adilson Correa.

O sistema traz outras vantagens, principalmente em relação ao cruzamento em tempo real de várias informações. “O Paraná é o único estado com o cruzamento de informações do banco de dados em tempo real. Um exemplo: temos o controle em tempo real dos cerca de 4,6 mil monitorados com tornozeleira eletrônica. Temos também em tempo real as ocorrências do fone 190. Quando ocorre um crime, cruzamos as informações sobre quais monitorados estão na região da ocorrência. Muitas vezes, com a ajuda de testemunhas, conseguimos localizar o suspeito logo em seguida graças a essas informações”, explica Mesquita.

Como implantar o sistema

De acordo com a Sesp, o primeiro passo para uma prefeitura implantar o sistema de monitoramento em pareceria com o CICC é verificar se há um Conselho de Segurança (Conseg) na cidade. É por meio do Conselho que é possível comprar os equipamentos e fazer o monitoramento. “A primeira e mais importante possibilidade para a instalação do sistema é por meio da atuação dos Conselhos de Segurança. Orientamos que se o Conselho não existe ou está inativo, é preciso reativá-lo. Damos toda assistência para isso. Hoje, mais da metade dos municípios não tem Conseg. Mas é por meio destes conselhos que começamos a integração para intensificar a segurança na cidade”, diz o secretário.

Com o Conseg ativo, aí é só o prefeito procurar o CICC para a implantação do sistema, que precisa ser feito dentro das especificações técnicas corretas. Só assim os equipamentos poderão “conversar” com o CICC.

Corrente entre os prefeitos

O deputado Luiz Carlos Martins conheceu o CICC e, convencido da importância desta ferramenta de segurança, passou a conversar com diversos prefeitos incentivando a implantação do monitoramento. “O que sabemos é que o Estado tem um grande instrumento de controle da segurança à disposição e é preciso utilizar este recurso. É preciso ampliar a atuação do Centro por todo o estado. É preciso que prefeitos saibam disso, assim como entidades de classe, associações comerciais e Conselhos de Segurança. Uma espécie de BBB em prol da segurança pública. Eu, como deputado estadual, preciso cumprir este papel social de comunicar a todos a importância de utilizarmos este sistema. O povo precisa de mais segurança”, diz Martins.

Montado na Copa

Montado em Curitiba para a Copa do Mundo e considerado o cérebro da segurança na capital durante o evento em 2014, o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) continuou gravando imagens 24 horas de mais de mil câmeras de monitoramento espalhadas pela cidade, logo após o evento. No entanto, o recurso não podia ser usado pelo governo estadual. Com a cessão do CICC pela União no ano seguinte foi possível integrar todo o monitoramento das fronteiras e divisas paranaenses, além do atendimento ao cidadão, por meio de canais telefônicos.