Martins cobra da prefeitura sobre a falta de remédios e demora nos exames

Por desenvolvimento

A crise nos serviços de saúde pública de Curitiba se agravou nas últimas semanas. O reflexo é a dificuldade no atendimento em algumas Unidades de Saúde, principalmente em relação a falta de medicamentos e a demora de até três meses para a realização de exames simples, como o de sangue. A prefeitura de Curitiba reconhece o problema, coloca a culpa na gestão de Gustavo Fruet e diz que está trabalhando para normalizar a situação. (ver nota abaixo)

Helena Oath da Silva procurou a Banda B para reclamar do descaso com a saúde da avó de 97 anos. Moradora do Alto Boqueirão, dona Antonia Assunção foi atendida em consulta na Unidade do bairro e saiu do consultório com suspeita de anemia. Deveria fazer um exame de sangue o quanto antes, porém, a Unidade marcou o exame só para o dia 20 de abril. “Minha avó tem suspeita de anemia e o exame de sangue foi marcado só para daqui a dois meses. Como ela vai esperar tudo isso? O médico também receitou alguns remédios e não tinha nenhum no posto. Nem o remédio que ela toma da tireoide tem mais. Estamos sem esse medicamento há três meses”, desabafou a neta.

A ouvinte Aparecida dos Santos Ribeiro, moradora do mesmo bairro, conta que sofre com muitas dores por causa da artrose e da artrite. Precisa de medicamentos, mas não encontra nada na Unidade de Saúde. “Gente, preciso de paracetamol para aguentar as dores da artrite e da artrose e nem esse remédio comum tem na Unidade de Saúde. Tive que comprar na farmácia pra ver se aguento. É um absurdo isso”, protesta Aparecida.

Também chegaram à Banda B reclamações de falta de medicamentos e demora na marcação de exames em outras Unidades como Xaxim e Barreirinha.

O deputado estadual e radialista Luiz Carlos Martins é quem recebe a maioria das reclamações de usuários das unidades de saúde. Segundo Martins, é preciso priorizar ‘de fato’ a saúde, pois doença não espera. “Estamos muito preocupados. Doença não espera e a população de Curitiba não pode ficar nessa situação. Tem muita gente que conta aqui no microfone da Banda B que parou de tomar remédios de uso contínuo porque não acha na unidade de saúde e não tem dinheiro para comprar. Isso é muito sério porque coloca em risco a vida das pessoas mais carentes. Reforço aqui para o prefeito Greca a necessidade de medidas urgentes para resolver essa situação”, afirma Martins.

Prioridade
Ao tomar posse no dia 1º de janeiro, e também durante a campanha no ano passado, o prefeito eleito, Rafael Greca (PMN), garantiu que a prioridade no início de sua segunda gestão seria melhorar os serviços de saúde da Capital. Greca anunciou que os R$ 2 milhões que, segundo ele, foram economizados com o cancelamento da Oficina de Música iria garantir a compra de 212 tipos de medicamentos para atender os postos de saúde da cidade por dois meses.

“A primeira atitude será um grande ato de avanço na saúde. Vamos trazer suprimentos para a farmácia popular ao mesmo tempo em que garantiremos um acordo para o pagamento de todos os hospitais. Ainda vamos materializar 200 leitos de retaguarda nas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs). Então a primeira ação é muito dinheiro na saúde”, disse Greca na posse no início do ano.

Procurada pela Banda B, a assessoria da prefeitura de Curitiba reconheceu a falta de medicamentos e informou que todos os esforços estão sendo feitos para regularizar a situação provocada, segundo a prefeitura, pela gestão anterior.

Segue a nota:
“A gestão anterior da prefeitura de Curitiba deixou um débito de 1,2 bilhão, sendo R$ 614 milhões sem nenhum empenho.

Uma das áreas mais atingidas é a Saúde, com 233 milhões de déficit, sendo 192 milhões sem empenho. Por essas questões orçamentárias, a nova gestão da Secretaria Municipal da Saúde encontrou desabastecimento de medicamentos nas unidades e de insumos básicos para a realização de exames laboratoriais. A nova gestão conseguiu um repasse do governo estadual para fazer uma compra emergencial de medicamentos e insumos. Foram 4 milhões, sendo 1,8 milhão para medicamentos e 2,2 milhões para insumos básicos. Estes medicamentos e insumos estão chegando para normalizar o atendimento e agendamento de exames.”, diz a nota da prefeitura.