Nas eleições, nada como o velho rádio, a boa TV…

Por desenvolvimento

Por Aroldo Murá

Está aí o comunicador Luiz Carlos Martins, deputado longevo na Assembleia Legislativa do Paraná, dando as cartas no que será a eleição em outubro, ela mesma assombrada pelos fantasmas das redes sociais e de seu produto imediato, a fake news.

VÃ TECNOLOGIA

Ao contrário do que se pensa – e muitos pensam assim -, a TV e o rádio ainda são os melhores meios de penetração nos cantos do Paraná e do Brasil, aonde a internet não chega ou não se encontra acessível como imagina a nossa vã tecnologia.

OS SEM ANTENA

Mesmo nas grandes metrópoles, o acesso ou a capacidade de receber informações, via web, é limitado. Há apenas dois dias atrás (2 dias!) o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, assinou com prefeitos um termo de adesão ao programa Internet para Todos.

SÓ 12% ACESSAM WEB

Hoje, apenas 12% da população brasileira tem acesso à banda larga.

Kassab, que apresentou o programa, tendo ao seu lado o ilustre presidente Michel Temer, espera atender 2.766 municípios prontos para aderir ao programa – cabendo às prefeituras indicar onde serão instaladas as antenas para distribuição do sinal de internet. Um satélite que custou R$ 3 bilhões em investimento e foi colocado em órbita em maio de 2017, irá garantir a conexão.

PODERES MÁGICOS

Em entrevista ao jornal “O Estado de São Paulo”, na segunda-feira (12), o diretor de Comunicação e Marketing da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcos Facó, especialista em marketing digital pela Universidade de Harvard, se disse cético em relação aos “poderes mágicos” das redes sociais em uma eleição.

O BRASIL NÃO É A METRÓPOLE

Seu raciocínio é lógico diante de um quadro que, de acordo com o programa anunciado pelo governo, é de indigência digital. “Quando a gente fala do poder da influência das redes sociais estamos falando dos eleitores dos centros urbanos, de universitários, de gente esclarecida e que consome notícias nessas plataformas”. Parece, diz Facó, que o Brasil é igual em todo lugar.

NOS RINCÕES

Mas não é. Por isso a TV e o rádio ainda são os melhores meios de penetração nos rincões do país. E quando se fala em rincões se fala também na grande maioria dos municípios do Paraná, todos com menos de 20 mil habitantes e vivendo em área rural, longe das antenas, dos satélites e dos cabos de fibra óptica.

FALANDO EM ELEIÇÃO…

É óbvio que Temer, ao lançar o programa Internet Para Todos, está pensando em recorrer aos rincões para alavancar sua popularidade e quiçá garantir uma reeleição improvável. Se ele atingir o interior do país, aquele alheio ao que se passa em Brasília ou nos grandes centros urbanos, talvez seja bem-sucedido. O prazo, no entanto, é muito curto.

OI GENTE QUERIDA

Enquanto “o país da internet maravilha não vem”, o jeito é trabalhar com as ferramentas disponíveis. Luiz Carlos Martins, dono do bordão “Oi gente querida” e também da Banda B, a maior emissora de rádio AM da capital, é a prova substancial de que o foco principal da campanha dos deputados radialistas é angariar a simpatia através das ondas do rádio.

NÃO SE RENDEU

Luiz não se rendeu à pregação religiosa nem ao ufanismo tecnológico.

Caminha em passos medidos. Ora moderniza a emissora preparando-a para surfar nas ondas da Frequência Modulada, ora investe em novelas de rádio, que contam casos de amor, de dor e de morte. Fala ao seu público como nenhuma rede social faria. E vai bem, muito obrigado.

E até por isso é um nome disputado por partidos, que buscam sua filiação nova. Ao que sei, vai para o PP de Cida e Ricardo Barros.