Projeto de Martins quer garantir às mulheres exames de prevenção à trombofilia no Paraná

Por Redação

Se não for tratada, a trombofilia pode diminuir as chances de ter um filho vivo para 10%. Com o tratamento, essa taxa sobe para 85 a 90%

O deputado Luiz Carlos Martins (Progressista) apresentou na Assembleia Legislativa do Paraná o projeto de lei 246/2019 que assegura às mulheres em idade fértil a realização do exame que detecta a trombofilia. Não é uma doença, mas sim uma condição para desenvolver trombose, causada por defeitos na coagulação do sangue que favorecem a formação de coágulos (trombos). Pode ser hereditária ou adquirida.

O projeto estabelece que todas as mulheres entre 10 e 49 anos de idade possam realizar o exame em todos os estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, credenciados ao Sistema Único de Saúde (SUS), mediante guia de solicitação médica.

“O que que queremos é alertar a sociedade e os órgãos do Estado ligados à Saúde, da necessidade desse exame, que previne os processos de trombose, principalmente nos casos em que essa condição apareça na gravidez. Isso pode evitar abortos espontâneos e colocar à disposição da mulher a possibilidade de tratamento da trombofilia”, diz Martins.

O exame já é ofertado com base em lei no Estado do Mato Grosso do Sul (MS), na cidade de São Paulo (SP), em Passos de Minas (MG), entre outros.

O projeto, que começou a tramitar nas comissões da Casa, prevê uma detalhada anamnese médica, que é um procedimento fundamental para estabelecer o diagnóstico preciso e instituir as condutas terapêuticas mais adequadas logo na primeira consulta com o médico de saúde da família ou o ginecologista. Isso irá permitir ao profissional conhecer o histórico familiar da paciente, principalmente com relação aos parentes de primeiro grau com diagnóstico de trombose ou de gravidez com complicações, e outros fatores hereditários.

“Após a realização da anamnese, constatada a importância da realização do exame, o médico fará a solicitação com as justificativas na guia com o pedido”, completou Martins.

O projeto prevê também que o órgão responsável pela saúde no Estado realize campanhas sobre os riscos da trombofilia em mulheres que fazem uso de anticoncepcional e que são portadoras do gene, além dos cuidados que a gestante precisa ter para prevenção e tratamento.

Na gravidez

Como o sangue fica mais espesso, pode haver entupimento tanto das veias da mãe como obstrução da circulação do sangue que vai para a placenta. Se metade das veias da placenta entopem, ela começa a se descolar antes da hora – esse é um dos principais riscos para grávida com trombofilia. Em relação à saúde da mãe, uma das complicações mais temidas é a embolia pulmonar, que é quando as artérias ou veias do pulmão ficam obstruídas. Além disso, a gestante com trombofilia tem mais risco de desenvolver pré-eclâmpsia.

Sintomas

Muitas vezes essa condição é assintomática, mas um dos sinais de alerta é o inchaço repentino. Aquelas gestantes que têm pré-eclâmpsia antes de 34 semanas de gravidez também devem ficar atentas. Outro sinal de alerta é quando a barriga da mãe cresce pouco, já que o bebê não se desenvolve como esperado.

Se não for tratada, a trombofilia pode diminuir as chances de ter um filho vivo para 10%. Com o tratamento, essa taxa sobe para 85 a 90%.